Saturday, June 15, 2013

O primeiro namorado

Por Thaís
A estória que mais marcou a minha vida foi do primeiro namorado. 

Era 23 de abril de 2000, domingo de páscoa. Eu, aos 17 anos, a cara cheia de espinhas, não queria ganhar chocolates e uma amiga me presenteou com dois ingressos para o Playcenter que eu aproveitei nesse dia. 
Eu sou uma pessoa muito tranquila, que pensa demais, então eu observo o mundo ao meu redor muito pouco e eu estava mais preocupada com o tamanho das filas para os brinquedos e quanto tempo eu levaria para brincar em todos do que com os gatinhos que estavam nelas. 
Na fila do teleférico, minha amiga fez uma brincadeirinha com um menino e  eles começaram a flertar. Ela sentou na cadeirinha com ele e isso foi muito romântico. Quando chegamos do outro lado o menino disse que precisava encontrar uns amigos e que nos reencontrássemos as 17:00 no Double Shock.

Perguntei para a minha amiga se ela tinha ficado,  assim, muito interessada mesmo no menino e ela disse que não. Então desencanamos e continuamos o passeio. Mas eu sempre tive um amor pelo Double Shock e, por ser domingo de Páscoa, o Playcenter estava vazio e nós já tínhamos ido umas 5 vezes no brinquedo e iríamos de novo.
Sem relógio, não percebemos que eram 17:00 quando estávamos, novamente, nos divertindo do Double Shock e, quando percebemos, os meninos nos aguardavam pacientemente em um banco perto dali. Foi assim que conheci o Luiz. E foi com o meu pai vendo a gente se beijar na porta do parque quando foi me buscar, que começamos a namorar.
Ele morava longe. Para nos vermos pegávamos metrô + trem + ônibus, mas sempre valeu o sacrifício. Nos gostávamos muito. Bom, eu achava isso. Quando a minha descobriu, depois de 7 meses de namoro, que não éramos tão inocentes assim e fez um escândalo xingando o menino de vagabundo para baixo, ele terminou comigo.
Eu sofri, chorei, ligava para ele de madrugada, mandava cartas (sim, cartas, eu sou velha) sujas de lágrimas e estava quase desistindo quando reatamos. Tudo parecia lindo, o namoro estava ainda melhor. Ele estava mais carinhoso, mais atencioso e fazíamos planos para o futuro. 
Até que entrei para a faculdade enquanto ele só pensava em sair nos fins de semana. Sempre fui tranquila e não me importava. Mas não estava bom para ele. Ele queria se casar. Estávamos há 2 anos juntos. E eu queria terminar a faculdade antes. A pressão dele me desanimou e eu achei melhor cada um seguir o seu caminho. Me arrependo amargamente dessa decisão.
Hoje ele é casado, tem uma filha de 7 anos já. Sempre que nos falamos é com nostalgia e sabemos que, o que queríamos, era estarmos juntos até hoje.
Quem sabe um dia.



4 comments:

  1. Sempre podemos mudar o curso de nossas vidas,só não dá pra recuperar o tempo perdido...

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  2. Toda escolha requer uma recusa... pra tudo nessa vida...

    Kisu!

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  3. Quem sabe um dia! Mas não deixe de se abrir para a vida. Amor adolecente nem sempre é o melhor pra a vida inteira.
    bjs
    Jussara

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  4. As coisas que "não acontecem" sempre voltam às nossas mentes com uma pontinha de angustia, né? A gente sempre pensa: E se eu tivesse....
    Mas não se esqueça das coisas boas que aconteceram justamente por não ter acontecido aquela primeira. Podemos tirar proveito e lições de tudo que se passa conosco!
    E quem sabe um dia...
    bjinhossss

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