Sunday, August 4, 2013

a primeira vez que meu carro quebrou...na favela

Eu sou metida a inventar moda, e uma desssa modas foi me matricular em um curso de joalheria, numa época em que eu gostava de andar feito uma arvore de Natal, toda enfeitada.
Toda semana eu ia para São Paulo, na Vila Madalena, aprender a mexer com ouro.
Fiz anéis, fiz brincos, fiz pinjentes...e tomei gosto por pedras.
Mas eu tinha compania nessa minha peruagem inveterada. Minhas amigas também gostavam de jóias e andavam todas cheias de balangandãs.
Conversa vai, conversa vem...comecei a vender jóias.
Eu comprava pedras semi preciosas, montava ( tinha uma pessoa que montava pra mim) colares e pulseiras, colocava fechos lindos em ouro branco ou amarelo e vendia prazamigas a um precinho camarada.
A coisa começou a embalar e quando eu vi,e stava indo a Alphaville em São paulo, toda semana, levar as jóias para vender.
Era um sucesso.
Até que um dia, eu estava voltando de São Paulo, com uns 12 mil dólares em jóias no carro, quando ele pifa.Numa favela.
Fiquei desesperada e liguei pro meu pai, pro guincho, pro Santo Papa ( esse não atendeu o telefone).
Nesse edsespero todo, aparece um cara :
- Olha, é perigoso voce ficar aqui. Então eu vou ficar com você, falô?
- Falô! Falô sim.
Ai, ai, ai. Eu só pensava nas jóias, até me dar vontade de fazer xixi e meu foco mudar.
- Então, to precisando ir ao banheiro, você sabe onde eu posso ir?
- Eu tomo conta de uma boate aqui. Vou te levar lá
Entre fazer xixi na calça e ir para a boate, resolvi optar pelo banheiro da boate.
No caminho, o cara resolveu me tranquilizar.
- Olha, aqui é meio barra pesada, mas você não te com o que se preocupar...
e me mostro um revóver enfiado no short. Não sei se a vontade de fazer xixi passou ou piorou, mas fomos á tal boate, eu fiz o meu xixi amigo, com o cara armado vigiando a porta prá mim.
Voltamos para o carro e esperamos mais de duas horas. Anoiteceu. Mas eu não tinha com o que me preocupar, né? O "meu amigo"estava armado.

Tive medo de ser estuprada pelo amigo na boate. Tive pavor de ser pega num tiroteio entre o amigo e os inimigos dele. Tive medo de ser assaltada. Tive medo até de bicho papão e cabra cega aquele dia, mas tudo correu super bem, graças a Deus e á proteção do meu amigo armado.

Na semana seguinte, voltei a Alphaville. Tem gente que não aprende mesmo.

7 comments:

  1. Cara, suas histórias são hilárias... um dia eu conto como fui morar na Vila Madalena, sem querer, em plena época do desbunde.
    bjs
    Jussara

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  2. O "meu amigo"estava armado.
    Adorei!!!

    Bjs.
    Elvira

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  3. Dizem que a pessoa não precisa "ter" só precisa conhecer alguém que "tenha"... (o verbo entre aspas pode ser trocado por saber, entender, fazer... enfim, o que melhor se encaixar na situação, mas no seu caso o ter acho que ficou perfeito já que seu amigo tinha uma arma... hahahahahahahahahaha).
    Isso só podia ter acontecido com você! hahahahaha

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  4. A gente pode achar que conhece a Inaie, mas sempre tem uma história que nos surpreende auhauahua

    Kisu!

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  5. Será que essa é a Inaie que a gente conhece??? Cheia de balangandãs, vendendo jóias de casa em casa??? Cada dia uma surpresa!!!!

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